Por: José Morais
Fotos: Câmara Municipal
Penamacor
O Museu Municipal de Penamacor
recebeu na passada sexta-feira 7 de março, a exposição denominada “Memórias e Vivências do Sentir”, onde são
reunidos os registos de três fotógrafos que acompanharam os principais momentos
e manifestações religiosas durante o período da Quaresma em 2023.
Na apresentação desta
exposição, existiram também momentos musicais religiosos, os quais, estiveram a
cargo de Grupos da Comunidade do concelho de Penamacor, a nossa aldeia de
Salvador esteve representada pelo Grupo “Manter
Tradições” com Lúcia Borrego,
Olívia Borrego, Alice Amaral, Helena Morais e Flávio Simão, juntamente com os
grupos de Penamacor, e das aldeias da Meimoa, Pedrogão.
Esta participação foi sem
dúvida muito interessante e importante para a nossa aldeia, sendo uma forma de
mostrar, que a mesma ainda possui pessoas que tentam manter as tradições, não
deixando morrer as mesmas, e que será necessário apoio, para se continuar a
divulgar, e poder chegar o nome de Salvador mais longe, não esquecendo outros tempos
e costumes dos nossos antepassados.
“Deixamos
o texto abaixo descrito publicado pela Câmara Municipal Penamacor”
“Exposição “Memórias e
Vivências do Sentir”
Patente até 31 de maio
A exposição “Memórias e
Vivências do Sentir” foi inaugurada na sexta-feira, dia 7 de março. No mesmo
dia, decorreu, ainda, a apresentação do catálogo da exposição e do projeto com
o mesmo nome.
A exposição e o catálogo
reúnem os registos de três fotógrafos que acompanharam os principais momentos e
manifestações religiosas durante o período da Quaresma em 2023, no âmbito desta
iniciativa do Município de Penamacor, que conta com o apoio do Instituto de
Investigações Antropológicas de Castela e Leão e do projeto Música Portuguesa a
Gostar Dela Própria.
Durante a apresentação houve,
também, lugar a diversos momentos musicais relacionados com estas manifestações
a cargo de grupos da comunidade local, nomeadamente, de Meimoa, Pedrógão,
Salvador e Penamacor.
“Memórias e Vivências do
Sentir” parte da premissa que o território de Penamacor, centrado numa
geografia de raia ibérica beirã, hoje pautado por uma multiculturalidade de
povos, crenças e costumes, assenta sobre uma realidade de matriz cultural e
religiosa, profundamente rural e cristã. Ao longo do tempo, fatores como a
migração levaram a que o território sofresse grandes alterações do ponto de
vista da paisagem cultural, fazendo com que este se tornasse dito de baixa
densidade populacional e com fortes ruturas nas cadeias de transmissão
intergeracional.

Desta forma, este projeto pretende, numa primeira instância,
levantar e registar as manifestações culturais relacionadas com o período
religioso da Quaresma: a Páscoa e do ciclo de romarias que ocorrem no
território desde a Quarta-Feira de Cinzas até ao Dia de Pentecostes. O objetivo
centra-se na salvaguarda da identidade cultural destas comunidades, por forma a
divulgar e valorizar o território através dos aspetos culturais relacionados
com esta temática, tais como as o Encomendar das Almas, o Entoar dos Martírios
ou o Cântico das Alvíssaras, que ainda podem ser vivenciados junto das
comunidades locais, mas que se encontram em riscos de desaparecer.

Durante a apresentação, Carlos
Montes, do Instituto de Investigações Antropológicas de Castela e Leão, lembrou
a importância da antropologia e da fotografia etnográfica na documentação,
valorização e transmissão das culturas tradicionais, agradecendo ao Município
de Penamacor pela oportunidade que deu ao instituto para participar nesta e
noutras investigações, “que permitem a recuperação de património cultural”. A
terminar, o responsável deixou ainda o repto de levar esta exposição a
Salamanca, o qual foi aceite pela Vice-Presidente da Câmara Municipal, Ilídia
Cruchinho.

A autarca lembrou que o
objetivo deste trabalho é o de dar “a conhecer o património imaterial local
relacionado com a Quaresma”, trabalho que, na opinião da Vice-Presidente do
Município, dignifica todos e, ainda, o território. “Sinto-me feliz porque estas
tradições se mantêm vivas. Há vinte anos estavam inativas e foi feito um
trabalho de registo em vídeo. O trabalho foi continuando e voltamos a ele para
o deixar para as gerações vindouras e não correr o risco de perder este
património”, disse.

Já o Presidente da Câmara
Municipal de Penamacor, António Luís Beites Soares, lembrou que este é apenas o
primeiro passo do trabalho que está a ser desenvolvido, sendo que o que foi
feito até agora é muito maior do que aquele que foi agora apresentado em livro
e em exposição. “O trabalho está espetacular e é ainda um resumo do que foi
feito, apesar de ter muito conteúdo e simbolismo. São pequenos trabalhos com
grande dimensão, que ficam para o futuro, ajudando a preservar os usos e
costumes do nosso concelho”.
A exposição reúne 45
fotografias sobre esta temática, incorporando ainda áudio recolhido durante o
projeto. Já o catálogo reúne 100 fotos sobre o tema.
Esta mostra poderá ser
visitada entre terça-feira e domingo, das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30,
durante o normal horário de funcionamento do Museu Municipal, até ao dia 31 de
maio.
Fonte: Câmara Municipal
Penamacor