Por: José Morais
As “Maias” é
uma celebração popular que se celebra quando se entra no mês de Maio, o mês das
flores e do renascimento vegetal, dando o nome de “Maias” às “Giestas Amarelas” as quais florescem neste mês.
Atualmente ainda hoje são
muitas a terras que enfeitam portas, janelas e varandas, com capelas de flores
e giestas amarelas, onde o povo lhes chamam as “Maias”,
o mesmo acontecia com os carros de bois, que também eram enfeitados, ainda era
tradição em algumas localidades coroar um menina vestida de branco, a “Maia”, a qual representava a alegria,
como a natureza renascida.
Salvador em tempos também
existia o costume de no primeiro dia do mês de maio, encherem-se fatos velhos
com palha, enfeitando os mesmos com as “Maias”
(giestas), depois eram colocados às portas e às janelas, com
esta tradição e costume, deu origem a evolução para a manufatura de bonecas de
trapo, as quais eram feitas com restos de tecidos vistosos, e garridos, onde
lhe deram o nome de “Maias”,
as quais passaram a ser utilizadas como enfeites dependurados nas cantareiras
das casas, ou nas janelas.
Diz a lenda, que as “Maias” tiveram a sua origem na passagem bíblica em que Herodes, ouvindo dizer que tinha nascido em Belém um Menino, a quem o povo chamava de “Reis dos Judeus”, mandou que procurassem todas as crianças com menos de dois anos.
Mandando ainda, que a casa
onde localizassem “Jesus”
fosse marcada com um “Ramos de Giestas”,
para indicar aos Legionários onde o iriam executar, porém, ao alvorecer daquela
madrugada de Maio, como que por encanto, ou por milagre, todas as casas se
apresentavam repletas de vistosas “Giestas Floridas”.
Este era um costume
tipicamente “Beirão”, de
tempos imemoriais, mas que os tempos modernos vão fazendo desparecer aos pouco,
não fosse o “Folclore”, ou as
memórias dos mais velhos, a relembrá-lo às gerações atuais.
Salvador, que em tempos teve
essa tradição, a mesma foi morrendo, e atualmente as “Maias” não são celebradas, e perdemos a
tradição da nossa aldeia, que chegou a ter o Grupo de Cantares Regionais “As Maias”, e o Rancho Folclórico “As Maias”, como podem verificar nas fotos publicadas, do Rancho de
Frederico Lopes, e uma dos anos 90 e outra de 2000, da Junta de Freguesia de
Salvador.
Hoje, recordamos essa tradição, e como acontece em muitas outras aldeias
onde as tradições antigas começam a ter expressão, indo buscar ao baú das
recordações o que se fazia antigamente, recriando os velhos costumes e
tradições, porque não em “Salvador” se voltar a
recriar esses momentos, e até voltar a juntar novamente o “Grupo de Cantares Regionais “As Maias”, para não falar no “Rancho Folclórico”, seria sem dúvida uma mais-valia para a aldeia de
Salvador, e uma alegria para todos os Salvadorense e Amigos, o que poderia
levar o nome da nossa Aldeia a outros pontos do país.
A ideia fica no ar, o tempo dirá o futuro.
Bem-hajam.
Com excertos do livro “Salvador
Barquinha D’Oiro” de Albertino Calamote, o qual agradecemos a gentileza para utilizar os
mesmos, obrigado.