quarta-feira, 3 de maio de 2023

“Sabe o que são as “Maias” …”



Por: José Morais

As “Maias” é uma celebração popular que se celebra quando se entra no mês de Maio, o mês das flores e do renascimento vegetal, dando o nome de “Maias” às “Giestas Amarelas” as quais florescem neste mês.

Atualmente ainda hoje são muitas a terras que enfeitam portas, janelas e varandas, com capelas de flores e giestas amarelas, onde o povo lhes chamam as “Maias”, o mesmo acontecia com os carros de bois, que também eram enfeitados, ainda era tradição em algumas localidades coroar um menina vestida de branco, a “Maia”, a qual representava a alegria, como a natureza renascida.   

Salvador em tempos também existia o costume de no primeiro dia do mês de maio, encherem-se fatos velhos com palha, enfeitando os mesmos com as “Maias” (giestas), depois eram colocados às portas e às janelas, com esta tradição e costume, deu origem a evolução para a manufatura de bonecas de trapo, as quais eram feitas com restos de tecidos vistosos, e garridos, onde lhe deram o nome de “Maias”, as quais passaram a ser utilizadas como enfeites dependurados nas cantareiras das casas, ou nas janelas.

Diz a lenda, que as “Maias” tiveram a sua origem na passagem bíblica em que Herodes, ouvindo dizer que tinha nascido em Belém um Menino, a quem o povo chamava de “Reis dos Judeus”, mandou que procurassem todas as crianças com menos de dois anos.


Mandando ainda, que a casa onde localizassem “Jesus” fosse marcada com um “Ramos de Giestas”, para indicar aos Legionários onde o iriam executar, porém, ao alvorecer daquela madrugada de Maio, como que por encanto, ou por milagre, todas as casas se apresentavam repletas de vistosas “Giestas Floridas”.

Este era um costume tipicamente “Beirão”, de tempos imemoriais, mas que os tempos modernos vão fazendo desparecer aos pouco, não fosse o “Folclore”, ou as memórias dos mais velhos, a relembrá-lo às gerações atuais.

Salvador, que em tempos teve essa tradição, a mesma foi morrendo, e atualmente as “Maias” não são celebradas, e perdemos a tradição da nossa aldeia, que chegou a ter o Grupo de Cantares Regionais “As Maias”, e o Rancho Folclórico “As Maias”, como podem verificar nas fotos publicadas, do Rancho de Frederico Lopes, e uma dos anos 90 e outra de 2000, da Junta de Freguesia de Salvador.

Hoje, recordamos essa tradição, e como acontece em muitas outras aldeias onde as tradições antigas começam a ter expressão, indo buscar ao baú das recordações o que se fazia antigamente, recriando os velhos costumes e tradições, porque não em “Salvador” se voltar a recriar esses momentos, e até voltar a juntar novamente o “Grupo de Cantares Regionais “As Maias”,  para não falar no “Rancho Folclórico”, seria sem dúvida uma mais-valia para a aldeia de Salvador, e uma alegria para todos os Salvadorense e Amigos, o que poderia levar o nome da nossa Aldeia a outros pontos do país.

A ideia fica no ar, o tempo dirá o futuro.

Bem-hajam.

Com excertos do livro “Salvador Barquinha D’Oiro” de Albertino Calamote, o qual agradecemos a gentileza para utilizar os mesmos, obrigado.