Um pouco da história da Igreja
Matriz de Salvador
Por: José Morais
Fotos: Flávio Simão, e arquivo
Estamos ainda na quadra
Natalícia, e depois de algumas fotos publicadas pelo nosso conterrâneo
Salvadorense Flávio Simão de fotos tão lindas do interior da nossa igreja,
porque não falarmos um pouco da mesma.
Salvador possui sem dúvida um
bonita igreja matriz, tendo como padroeira Nossa Senhora da Oliveira, apesar de
no seu portal estar a inscrição de 1891, tudo aponta que a mesma seja do início
do século 17, sendo aquela data que pode vir a assinalar alguma das
remodelações ou restauro desde a sua construção.
De salientar que a elevação
desta igreja foi feita pelo povo, toda à sua conta, sendo erguida muito próxima
da antiga caída em ruínas, e que a tradição tende a localizar na quinta do
Marquês, sendo Nossa Senhora da Oliveira a grande padroeira da nossa aldeia, e
segundo contam os mais antigos, a imagem desta Nossa Senhora apareceu num
côncavo de uma oliveira, sendo por isso que lhe foi dada tal denominação.
A nossa igreja tem uma
arquitetura religiosa de tardo-barroca, sendo composta por uma planta
longitudinal com uma nave única, uma capela-mor mais estreita e uma sacristia
adossada, com cobertura homogénea em telhado de duas águas sendo construída no
século 17, sofrendo renovações no século 19 e no século 20.
Com coberturas interiores
diferenciadas de dois panos em betão na nave, e de madeira em masseira na
capela-mor, iluminada unilateralmente por janelas retilíneas rasgadas na fachada
lateral direita, tendo sacristia adossada no lado oposto.
Com uma fachada principal
rematada em empena, rasgada por vãos em eixo composto por portal e janela,
ambos retilíneos e emoldurados, tendo, no seu lado direito, o arranque da torre
sineira quadrangular, de dois registos, os superiores com ventanas de volta
perfeita.
As suas fachadas com cunhais perpianhos, interior
com coro-alto convexo, assente em pilares comportando as pias de água benta,
pia batismal junto ao volume da torre e púlpito quadrangular com acesso por
escadas no lado direito e guarda plena em talha barroca.
Possui um arco triunfal de
volta perfeita, flanqueado por retábulos colaterais em ângulo de talha
policromada tardo-barroca, de planta reta e três eixos, tendência que se repete
no retábulo-mor, sobre supedâneo de degraus centrais.
Os dois altares antes de se
entrar no Altar-mor, são do lado esquerdo Altar de Nossa Senhora do Rosário, e
do lado direito o Altar do Sagrado Coração de Jesus.
Deixamos algumas fotos para recordar.
Bem-haja para todos.
Este artigo possui alguns
excertos do livro Salvador Barquinha D’oiro do nosso conterrâneo Albertino
Calamote, e alguns excertos do SIPA – Sistema de Informação para o Património
Arquitetónico.