Por: José Morais
Fotos: Margarida Fontes e Flávio
Simão
As “Maias” é
uma celebração popular que se celebra quando se entra no mês de Maio, o mês das
flores e do renascimento vegetal, dando o nome de “Maias” às “Giestas Amarelas” as quais florescem neste mês.
Atualmente, e ainda hoje, são muitas as aldeias que enfeitam portas, janelas e varandas, com capelas de flores e giestas amarelas, onde o povo lhes chamam as “Maias”, o mesmo acontecia em tempos com os carros de bois, que também eram enfeitados, ainda era tradição em algumas localidades coroar uma menina vestida de branco, a “Maia”, a qual representava a alegria, como a natureza renascida.
“Salvador”, mais
um ano não quis deixar passar em branco, e pelas mão de Margarida Fontes e Flávio
Simão, criaram umas lindas “Maias”,
e enfeitaram alguns pontos da nossa aldeia, como podem ver nas fotos
publicadas, desde a sua confeção, até depois de as dependuradas.
Um pouco
da histórias das “Maias”
Diz a lenda, que as “Maias” tiveram
a sua origem na passagem bíblica em que Herodes, ouvindo dizer que tinha
nascido em Belém um Menino, a quem o povo chamava de “Reis dos Judeus”, mandou que procurassem
todas as crianças com menos de dois anos.
Mandando ainda, que a casa onde localizassem “Jesus” fosse marcada com um “Ramos de Giestas”, para indicar aos Legionários onde o iriam executar, porém, ao alvorecer daquela madrugada de Maio, como que por encanto, ou por milagre, todas as casas se apresentavam repletas de vistosas “Giestas Floridas”.
Porem, também se diz que o Império
Romano, onde “Maia” era a deusa romana da fecundidade, que dava
energia para a primavera, porem, esta tradição surgia também associada a uma
festa muito importante para os Romanos, que era a “Floralia”, sendo a mesma realizada nos primeiros três
dias de maio em honra da “Deusa Flora”
e da “Primavera”, e era uma
festa que celebrava a fertilidade, onde se pedia ainda que a terra desse bons
frutos no novo ano agrícola.
Porem, existem ainda algumas explicações para a origem desta tradição muito antiga, e uma dessas explicações remete-nos a uma festa pagã onde chegou a ser proibida a sua celebração em Portugal, inclusive por carta régia no ano de 1402, de referir que a “Maia” era uma boneca feita de palha de centeio, onde em torno da mesma, as pessoas dançavam na noite de 30 de abril para 1 de maio.
Em Portugal, este que era um
costume tipicamente “Beirão”,
de tempos imemoriais, mas que nos tempos modernos, vai desparecendo aos poucos,
não fosse o “Folclore”, ou as
memórias dos mais velhos, a relembrá-lo às gerações atuais.
“Salvador”, que
em tempos teve essa tradição, a mesma foi morrendo, mas, atualmente as “Maias” começaram novamente a serem
celebradas, para não perdermos e deixar morrer a tradição da nossa aldeia, e
foi o que Margarida Fontes e Flávio Simão este ano fizeram, criaram e colocaram
para manter a tradição.
Temos ainda de referir, que a
nossa aldeia de “Salvador” chegou a ter o Grupo de Cantares Regionais “As Maias”, e o Rancho Folclórico “As Maias”, como podem verificar nas fotos publicadas, do Rancho,
de Frederico Lopes, uma dos anos 90 e outra de 2000, da Junta de Freguesia de
Salvador.
E hoje, aqui recordamos mais uma vez a tradição, onde vamos novamente deixar um desafio, porque não em “Salvador” se voltar a recriar esses momentos, e até voltar a juntar novamente o “Grupo de Cantares Regionais “As Maias”, para não falar no “Rancho Folclórico”, seria sem dúvida uma mais-valia para “Salvador”, e uma alegria para todos os Salvadorense e Amigos, o que poderia levar o nome da nossa Aldeia a outros pontos do país.
A ideia fica mais uma vez no ar, o tempo ditará no futuro se poderá vir
a acontecer, e a força vontade, terá sem dúvida de estar presente para que se
concretize.
Ficam alguns bons momentos.
Um bem-haja a todos.