domingo, 13 de agosto de 2023

“Efeméride, vamos recordar…”


Hoje recordamos Rui Gaudêncio Vaz…

 

Por: José Morais

Não sabia ler nem escrever, durante muitos anos chamaram-lhe o “Rui Pelintra”, porem de um dia para o outro, passaram a chamar-lhe o “Milionário”, já que numa Sexta-Feira Santa decorria o ano de 2009, acertava em cinco números e uma estrela no Euromilhões, acabando por ganhar um milhão, setenta e sete mil e novecentos e vinte e dois euros.

A partir dai, as suas dificuldades mudaram, e passou de um pobre homem, a um homem rico, tinha na altura pouco mais de quarenta anos, e a sua vida mudou na totalidade, na altura, e após ter ganho o prémio, o Rui confessava que ainda não estava a ver bem o que tinha acontecido, já que toda a gente tinha conhecimento, e confessava que tinha duas excentricidades, dois sonhos, o de comprar uma casa melhor, e uma concertina, algo que adorava ter, ele que até se dizia parecido com o Quim Barreiros, algo que consegui concretizar, e ainda mais um sonho, o qual realizou, e num dos anos seguintes nos festejos de Santa Sofia levou o seu artista preferido, o Quim Barreios a Salvador.


O Rui Gaudêncio, foi falado em muita comunicação social, acabou por ser um mãos abertas, ajudou família, muitos amigos, e em 2014 voltou a ser falado, quando ofereceu uma carrinha à banda da União de Aldeia de João Pires, quando soube das necessidades da mesma, das dificuldades de transporte desta banda centenária do concelho de Penamacor.

Porem, o Rui já fazia parte da banda, apesar de não saber tocar qualquer instrumento, o mesmo foi aceite como porta-estandarte, onde delirava, tinha um brilho nos olhos sempre que acompanhava a banda, já que a mesma o tirava-o do ambiente de tasca, que não era o melhor para quem tinha vários problemas de saúde.

Porem, faz hoje precisamente seis anos, que o Rui nos deixou, foi a 13 de agosto de 2017, que se deu o fatídico acidente, quando caiu numa piscina em Pena Garcia, o mesmo não sabia nadar, morrendo por afogamento, e quando os bombeiros chegaram ao local, já nada puderam fazer.

Era sem dúvida uma figura da nossa terra, um salvadorense que num abrir e fechar de olhos mudou a sua vida, quando às vezes jogava no Euromilhões com números que saiam da máquina, naquela Sexta-Feira Santa a sorte lhe bateu à porta, conseguiu viver ainda alguns bons anos, mas infelizmente ao 52 anos nos deixava.

Hoje relembramos mais um filho da terra, Rui Gaudêncio Vaz, que descanse em paz.



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