Hoje recordamos
Rui Gaudêncio Vaz…
Por: José Morais
Não sabia ler
nem escrever, durante muitos anos chamaram-lhe o “Rui Pelintra”, porem de um
dia para o outro, passaram a chamar-lhe o “Milionário”, já que numa Sexta-Feira
Santa decorria o ano de 2009, acertava em cinco números e uma estrela no
Euromilhões, acabando por ganhar um milhão, setenta e sete mil e novecentos e
vinte e dois euros.
A partir dai, as
suas dificuldades mudaram, e passou de um pobre homem, a um homem rico, tinha
na altura pouco mais de quarenta anos, e a sua vida mudou na totalidade, na
altura, e após ter ganho o prémio, o Rui confessava que ainda não estava a ver
bem o que tinha acontecido, já que toda a gente tinha conhecimento, e
confessava que tinha duas excentricidades, dois sonhos, o de comprar uma casa
melhor, e uma concertina, algo que adorava ter, ele que até se dizia parecido
com o Quim Barreiros, algo que consegui concretizar, e ainda mais um sonho, o
qual realizou, e num dos anos seguintes nos festejos de Santa Sofia levou o seu
artista preferido, o Quim Barreios a Salvador.
O Rui Gaudêncio,
foi falado em muita comunicação social, acabou por ser um mãos abertas, ajudou
família, muitos amigos, e em 2014 voltou a ser falado, quando ofereceu uma
carrinha à banda da União de Aldeia de João Pires, quando soube das
necessidades da mesma, das dificuldades de transporte desta banda centenária do
concelho de Penamacor.
Porem, o Rui já
fazia parte da banda, apesar de não saber tocar qualquer instrumento, o mesmo
foi aceite como porta-estandarte, onde delirava, tinha um brilho nos olhos sempre
que acompanhava a banda, já que a mesma o tirava-o do ambiente de tasca, que
não era o melhor para quem tinha vários problemas de saúde.
Porem, faz hoje
precisamente seis anos, que o Rui nos deixou, foi a 13 de agosto de 2017, que
se deu o fatídico acidente, quando caiu numa piscina em Pena Garcia, o mesmo
não sabia nadar, morrendo por afogamento, e quando os bombeiros chegaram ao
local, já nada puderam fazer.
Era sem dúvida
uma figura da nossa terra, um salvadorense que num abrir e fechar de olhos
mudou a sua vida, quando às vezes jogava no Euromilhões com números que saiam
da máquina, naquela Sexta-Feira Santa a sorte lhe bateu à porta, conseguiu
viver ainda alguns bons anos, mas infelizmente ao 52 anos nos deixava.
Hoje relembramos
mais um filho da terra, Rui Gaudêncio Vaz, que descanse em paz.