sábado, 8 de julho de 2023

“Hoje vamos recordar, Festejos de Santa Sofia nos anos 70”


Por: José Morais

Fotos: José Morais

Quando estamos a menos de dois meses, dos Festejos em Honra de Santa Sofia, vamos recordar os mesmos nos anos 70, onde apresentamos diversas fotografias, algumas tiradas à mais de cinquenta anos.

Procurando nos meus arquivos fotográficos, fui encontrar estas belas fotos a preto e branco, as quais são sem dúvida uma autêntica relíquia, onde podemos recordar os festejos de outros tempos.

Podemos nós os mais velhos recordar, e mostrar assim aos mais novos, o que eram os festejos nessa altura, e como as procissões eram sem dúvida muito participativas, a multidão que se juntava na Capela de Santa Sofia, como depois percorria as ruas da aldeia, e se juntava no Largo da Igreja, onde na altura haviam grandes despiques para meter os guiões dentro da Igreja, algo que se perdeu com os tempos, mas, a Fé e Devoção dos Salvadorenses ainda se mantem, e ainda hoje fazem ofertas à sua “Santa” de Fé, mas não como antigamente.

Pode-se ver numa das fotos ainda, a procissão que era feita no domingo seguinte após a realização dos festejos, onde se levava Santa Sofia para a sua Capela, algo que hoje já não se vê, os tempo são outros, e como muita outras coisas os hábitos foram desaparecendo.

Hoje, relembramos os anos 70, muitos vão recordar, outros ficaram a conhecer os que eram os hábitos de antigamente, e vamos relembrar de que os festejos anuais serem em Honra de Santa Sofia, sendo a padroeira de Salvador a Senhora da Oliveira, não existem relatos de festejos, mas, deixamos aqui um resumo da história de “Santa Sofia” que muitos adoram e possuem devoção.


Um pouco de história:

 

Apesar de muitos desconhecerem, a padroeira de Salvador não é “Santa Sofia” como muitos pensam, pela realização dos seus festejos anuais, a padroeira da aldeia é “Nossa Senhora da Oliveira”, reza a lenda que numa concavidade de uma oliveira apareceu uma imagem sua, no sítio dos Covões, nascendo assim o seu culto, já que tudo leva a crer que no mesmo local existiu um templo, que lhe era dedicado, onde repousava a sua imagem.

“Nossa Senhora da Oliveira”, a padroeira de Salvador, onde não existem referências que alguma vez se tenha festejado a mesma, como acontece com “Santa Sofia”, mas onde anualmente faz parte da procissão saindo à rua juntamente com a mesma.

A capela de “Santa Sofia” foi erguida pelo povo, sendo uma forma de reconhecimento pela povoação, depois de ter sido poupada a aldeia à destruição por uma forte tempestade e inundação, esta apesar de não ser a padroeira da aldeia como muitos pensam, anualmente realizam os festejos religiosos e civis, em honra à mesma, sendo sempre no primeiro fim de semana de setembro. 


Diz a lenda que “Santa Sofia” era uma jovem linda e atraente, muito notada e pretendida pelos guerreiros que cruzavam os nossos campos, tentando reconquistar o território aos Mouros, porem, um esbelto cavaleiro perdeu-se de amores pela bela “Sofia”, tentando tirá-la aos familiares, e levá-la consigo.

Para a proteger dos pretendentes, a família resolveu refugiar-se com “Sofia” na encosta da serra, com o cavaleiro a procurá-la em vão, de salientar que na fuga a jovem terá perdido um sapato, porem em toda a vertente da serra de Salvador ficou gravado nas rochas as pegadas de cavalo desse cavaleiro, entretanto nos terrenos passou a brotar uma nova planta, cuja flor tinha a forma de um sapatinho.

A partir daqui foi fácil a crença popular, e num capítulo sobrenatural a jovem era uma “Santa”, exercendo proteção divina sobre a aldeia de Salvador, já que livrava a terra de calamidades, nomeadamente de tempestades torrenciais e diluvianas, e em agradecimento, o povo erguia a capela na encosta do monte, onde passou a fazer anualmente uma festa em sua honra.


Mas, “Santa Sofia” significa “sabedoria divina”, e desde há muito tempo que foi e continua a ser a “Santa de devoção dos Salvadorenses”, os quais reservam um lugar ímpar no seu coração, estando sempre no imaginário dos naturais da terra, estejam eles próximos ou longe, tentando sempre anualmente marcarem presença nos seus festejos, demostrando sempre o amor e carinho que lhe dedicam.

Esta, um pouco da história da aldeia de Salvador e de “Santa Sofia”, muito mais haveria para dizer, por agora fica a recordação, com fotografias com mais de 50 anos, e onde deixamos no final o cartaz dos festejos deste ano de 2023, esperando que possam marcar presença nos mesmos, da nossa parte lá estaremos, com a promessa de uma grande surpresa este ano nos festejos em sua honra.

Bem-haja para todos.

Este artigo possui alguns excertos do livro “Salvador Barquinha D’Oiro, tempo dos nossos avós”, do nosso conterrâneo Albertino Calamote, o qual agradecemos, obrigado.





























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