Por: José Morais
Fotos: José Morais
Quando estamos a menos de dois
meses, dos Festejos em Honra de Santa Sofia, vamos recordar os mesmos nos anos
70, onde apresentamos diversas fotografias, algumas tiradas à mais de cinquenta
anos.
Procurando nos meus arquivos
fotográficos, fui encontrar estas belas fotos a preto e branco, as quais são
sem dúvida uma autêntica relíquia, onde podemos recordar os festejos de outros
tempos.
Podemos nós os mais velhos
recordar, e mostrar assim aos mais novos, o que eram os festejos nessa altura, e
como as procissões eram sem dúvida muito participativas, a multidão que se
juntava na Capela de Santa Sofia, como depois percorria as ruas da aldeia, e se
juntava no Largo da Igreja, onde na altura haviam grandes despiques para meter
os guiões dentro da Igreja, algo que se perdeu com os tempos, mas, a Fé e
Devoção dos Salvadorenses ainda se mantem, e ainda hoje fazem ofertas à sua “Santa” de
Fé, mas não como antigamente.
Pode-se ver numa das fotos
ainda, a procissão que era feita no domingo seguinte após a realização dos
festejos, onde se levava Santa Sofia para a sua Capela, algo que hoje já não se
vê, os tempo são outros, e como muita outras coisas os hábitos foram
desaparecendo.
Hoje, relembramos os anos 70,
muitos vão recordar, outros ficaram a conhecer os que eram os hábitos de
antigamente, e vamos relembrar de que os festejos anuais serem em Honra de
Santa Sofia, sendo a padroeira de Salvador a Senhora da Oliveira, não existem
relatos de festejos, mas, deixamos aqui um resumo da história de “Santa Sofia” que
muitos adoram e possuem devoção.
Um pouco
de história:
Apesar de muitos
desconhecerem, a padroeira de Salvador não é “Santa
Sofia” como muitos pensam, pela realização dos seus festejos
anuais, a padroeira da aldeia é “Nossa
Senhora da Oliveira”, reza a lenda que numa concavidade de uma
oliveira apareceu uma imagem sua, no sítio dos Covões, nascendo assim o seu
culto, já que tudo leva a crer que no mesmo local existiu um templo, que lhe
era dedicado, onde repousava a sua imagem.
“Nossa
Senhora da Oliveira”, a padroeira de Salvador, onde não
existem referências que alguma vez se tenha festejado a mesma, como acontece
com “Santa Sofia”, mas onde
anualmente faz parte da procissão saindo à rua juntamente com a mesma.
A capela de “Santa Sofia” foi
erguida pelo povo, sendo uma forma de reconhecimento pela povoação, depois de
ter sido poupada a aldeia à destruição por uma forte tempestade e inundação,
esta apesar de não ser a padroeira da aldeia como muitos pensam, anualmente
realizam os festejos religiosos e civis, em honra à mesma, sendo sempre no
primeiro fim de semana de setembro.
Diz a lenda que “Santa Sofia” era
uma jovem linda e atraente, muito notada e pretendida pelos guerreiros que
cruzavam os nossos campos, tentando reconquistar o território aos Mouros,
porem, um esbelto cavaleiro perdeu-se de amores pela bela “Sofia”, tentando tirá-la aos familiares,
e levá-la consigo.
Para a proteger dos
pretendentes, a família resolveu refugiar-se com “Sofia” na encosta da serra, com o cavaleiro a procurá-la
em vão, de salientar que na fuga a jovem terá perdido um sapato, porem em toda
a vertente da serra de Salvador ficou gravado nas rochas as pegadas de cavalo
desse cavaleiro, entretanto nos terrenos passou a brotar uma nova planta, cuja
flor tinha a forma de um sapatinho.
A partir daqui foi fácil a
crença popular, e num capítulo sobrenatural a jovem era uma “Santa”, exercendo proteção divina sobre a
aldeia de Salvador, já que livrava a terra de calamidades, nomeadamente de
tempestades torrenciais e diluvianas, e em agradecimento, o povo erguia a
capela na encosta do monte, onde passou a fazer anualmente uma festa em sua
honra.
Mas, “Santa Sofia” significa
“sabedoria divina”, e desde há
muito tempo que foi e continua a ser a “Santa
de devoção dos Salvadorenses”, os quais reservam um lugar ímpar
no seu coração, estando sempre no imaginário dos naturais da terra, estejam
eles próximos ou longe, tentando sempre anualmente marcarem presença nos seus
festejos, demostrando sempre o amor e carinho que lhe dedicam.
Esta, um pouco da história da
aldeia de Salvador e de “Santa Sofia”,
muito mais haveria para dizer, por agora fica a recordação, com fotografias com
mais de 50 anos, e onde deixamos no final o cartaz dos festejos deste ano de
2023, esperando que possam marcar presença nos mesmos, da nossa parte lá
estaremos, com a promessa de uma grande surpresa este ano nos festejos em sua
honra.
Bem-haja para todos.
Este artigo possui alguns
excertos do livro “Salvador Barquinha D’Oiro,
tempo dos nossos avós”, do nosso conterrâneo Albertino
Calamote, o qual agradecemos, obrigado.
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